segunda-feira, 8 de setembro de 2008

CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO


Eu sou o Rio de Janeiro
Contenho toda miséria humana
E toda beleza da Natureza
Enseada de Botafogo de visual incomensurável lama
Sujeira peculiar de suas águas negras

França Antártica de seis milhões de habitantes
Maravilha arquitetônica convive com a mendicância
Guanabarino esplendor do som eternamente jovial
O Carnaval sempre sério da Cinelândia
A malandragem é o gingado para sobreviver
No calor federal da Capital do Samba

Eu sou o Rio de Janeiro
A antítese em pessoa
O estrangeiro otário e a mulata esperta
Também podendo ser do contrário
Dependo do ângulo
Da caravela ou da terra

Lágrima do miserável que do alto do morro
Possui a vista mais bela da cidade
Entre os ventos da brisa e do mormaço
Cristo de braços abertos está lhe pedindo um abraço

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

UM DIA A MAIS

Estou tão cansado que não consigo dormir
As pernas doem e não me deixam relaxar
Os pensamentos chegam para atrapalhar
De manhã é só despertar e partir

Trabalhar para viver
Ou viver para trabalhar?
Escolha antes do prazo de validade vencer
Pois não se sabe onde este mundo vai parar

Escove os dentes engolindo a comida
Não esqueça a carteira de identidade jamais
Gargalhe com os amigos na saída

Nas almas os sorrisos são cariados
E a anestesia é uma alienação constante
Não esqueça o beijo da esposa na despedida
E prepare-se para responder aos seus filhos
Pai
Qual o sentido da vida?


ENTRE OUTROS

Nem a turbulência dos carnavais
Nem a paz dos cemitérios
Eu não agüento ter que mudar mais
Mas tenho que mudar e ser sério

As melodias transpiravam
As estrelas caiam cansadas de brilhar
E eu nem percebia

As garotas riram
E não puderam me ver chorar
Qual o lugar onde me escondia?
Os livros abertos sobre minha cabeça
Terminaram por fechar minha alegria


O AMOR É POSSÍVEL

Quando meu irmão morreu
Pensei que deveria ter ido em seu lugar
Quando minha mãe morreu
Pensei que deveria ter ido junto
Quando meu pai morreu
Achei que a Terra não precisa mais de mim
Quando meu filho morreu
Praguejei que o mundo não havia sentido
Quando meus amigos morreram
Xinguei Deus de filho da puta
Quando morri
Percebi que nada é mais importante que a própria vida


MENINO INGÊNUO

Por que dentre os sete pecados capitais
A inveja e a vaidade se sobressaem mais?
Por que as pessoas apenas esperam por um fim?
Por que as pessoas acham que sabem de tudo?
Por que o mundo é construído assim?

A razão da minha angústia sentida
È que entendi que só os errados
Querem me ensinar a vida

Esta é a parte mais árdua de ser
As pessoas me ajudam
Mas não podem me ensinar a viver


AO MEU AMOR

Quando você sorri timidamente
É como o som do riacho entre as pedras
A ternura da folha ao cair suavemente
É a presença iluminada entre as feras

O sol mora em você
Dê-me suas cândidas mãos
Preciso do seu calor para derreter
O meu singelo e gélido coração

Um pouco mais que a amizade
Quero ser o rio que deságua em teu mar
Quero ser a montanha onde você se refugia
Quero ser o sonho bom que tiveste ao acordar
Quero ser o carvão que alimenta sua energia

Meu coração descompassa um instante
Sobressaltado, desarmado e desatento
Deixa-se abater na embriaguez iniciante
Está subitamente abraçado por um sentimento

Numa livre e infinita estrada
Uma flor respira docemente sem perceber
O sereno cai molhando a madrugada
Este é o sentimento que tenho por você


LUBRICIDADE DA BORBOLETA

Borboleta sedenta
Bebe néctar de flor em flor
Com leveza sustenta
A fonte de seu amor

Uma ruiva vulva
Mamilos róseos e nádegas brancas
Negros pêlos pubianos
Ida e volta por tantos cantos
Aprecio-te enquanto danças

O meu ofício
É sempre buscar
O seu mais íntimo orifício


MENINO MENOS INGÊNUO

É duro ver a morte de um revolucionário
Tristeza ao ver o cristal da utopia
Rolar, destruir um país e ficar imóvel
Como uma pedra qualquer vadia
Na cabeça do líder impotente e indócil

Estas palavras são proferidas com muita dor
Daquele que tanto remou contra maré e se afogou

Agora consideram este homem um traidor
Que com as regras do jogo concordou
E hoje enrolado na bandeira
Arregala os olhos de pavor

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

HOJE NOVAMENTE

Hoje trago no peito
Hoje acordei com uma vontade
Hoje eu peço
Hoje eu dou

Hoje rasgo meu despeito
Hoje perco a castidade
Hoje eu me despeço
Hoje eu me perdôo

Hoje com uma vontade acordei
Hoje eu peço e dou sem castidade
Hoje no peito trago uma vontade

Hoje a realidade rasguei
Hoje eu despeço e perdôo a castidade
Hoje meu despeito perdeu toda vontade


SÃO PEDRO D’ALDEIA

Sua história na juventude enrugada dos salineiros
Nos moinhos, nas canoas e redes dos pescadores
Nos marinheiros, nordestinos e macegueiros
Igreja Matriz, Canhão, Casa da Flor e Casa dos Azulejos
Praia do Sudoeste, voz dos ventos água em marola
Poeira de barro em meus olhos marejados
Lagoa de lembranças turvas chegando à orla
Rodoviária de saudáveis sentimentos raros
A dor de ter que ir mesmo querendo ficar
Em São Pedro D’Aldeia minha infância vai estar
Primeiro amor, primeiras letras, primeiro ódio
Melancolia em cal, cascalho, pedras e óleo
Tudo isto presente em meu código genético
Cheiro bom de grama cortada
Cheiro bom de chuva no chão
Pracinha e futebol para sair do tédio
Fazer tapetes de sal com as mãos
Inúmeras construções e helicópteros
O silêncio cadente
Aparentemente permanente
Doce embriaguez pelas ruas
Onde só o riso desfaz o silêncio


BANDEIRANTE

Embrenho-me em uma Floresta Negra
Do alto de seu Monte Vênus
Avisto uma planície sedosa que me espera
Lugar quente
Fim de tarde
Que bom poder beijar seus grandes lábios
Aconchegar-me em solo fértil
Nestas horas seu canto tal qual de belos pássaros
Faz-me sentir vontade de gritar sem dor


PEDRADAS SUAVES

As palavras são fortes
As palavras são como pedras
A sensibilidade das pedras me comove
Quando o mar está revolto, ela está imóvel
As pedras criam limo
E o limo muitas vezes é sabedoria

As pedras edificam meus pensamentos
As pedras incomodam e desafiam
As pedras entortam a espada do guerreiro

Com um caminhão de palavras
Soterram nossos sentimentos


VIGOR VITAL

No leite gelatinoso há muita vida
O dono sendo empresário ou marginal
Possui a mesma morbidez deleitosa e conhecida
Saída dos mistérios de sua bolsa escrotal

A fé que move montanhas
É a mesma que rompe um hímen
Deixe o sêmen em suas entranhas
Que uma flor em seu ventre germine


AQUI NA TERRA MESMO

Eu já confrontei-me com Deus
Muitas vezes
Estes confrontos sempre me puseram ao seu lado
Sei que Deus é meu amigo

Os pais nos põe contra Deus
Deus castiga
Deus não gosta
Deus não quer
Eu achava que Deus era ranzinza
Ora, doce engano
Deus é jovem e quer se divertir
Deus me quer feliz
E quer você também


A ESPERANÇA BALANÇA A MATANÇA!

Quando um pavio é aceso por qualquer intolerância
A esperança balança a matança!
Quando o mundo faz achar que a vida nos cansa
A esperança balança a matança!
Quando há um sofrer por sair do compasso ou do ritmo da dança
A esperança balança a matança!
Deixar o amor naufragar em bobagens de criança
A esperança balança a matança!


AS ABELHAS

Sou de uma espécie de abelhas solitárias
As fêmeas que conheço morreram antes de suas crias nascerem operárias
25% das abelhas são brasileiras, mas as estrangeiras fazem aqui mais sucesso
Se aqui não existe ordem, para elas isto já é uma forma de progresso

Somos diferentes em formas, tamanhos e cores
De igual só a carne pouca
Tons verdes, azuis e roxos metálicos
Também confundidos como moscas
Nós abelhas somos essenciais para um mundo melhor
Às vezes vagando como uns pobres otários
Nós transferimos amor de flor em flor
Mesmo que sejamos de uma espécie de solitários


SONO

Estou com sono e quero dormir
As músicas são os latidos de um cão castrado
Acompanhados pelo uivo do vento num lugar desamparado

O filme é um louco incompreendido pelo pai
A casa é a escuridão e o barulho da geladeira
O livro é de um autor recém crucificado
O quarto é um bêbado no descompassar da saideira

O vento é gostoso mas deixa-me resfriado
A cachaça é uma alternativa para se divertir
À sinfonia junta-se o apito do vigia da rua ao lado
Estou com sono e quero dormir


DESALENTO

Hoje Isadora acordou insípida, incolor e inodora
Sua poesia de amor no fundo quer dizer:
“Ninguém me ama e ninguém me quer”
Que também tem toda a bobagem de dizer
“Eu me odeio e quero morrer”
Que vem de toda sua ansiedade e inconformidade
Ela se pergunta se a poeira não sabe viver
Porque esta vontade de fazer e não saber fazer
Não a deixa encontrar sua verdade

Ela só anda com gente carente
De baixa estima e solitários
Loucos e bêbados
Defumam-na com seus cigarros
Embriagam-na com seus hálitos
E apesar da vontade de viver
Não conseguem mudar nem um pouco os seu hábitos

Isadora só encontrou a saída
Quando entendeu que a felicidade era o motivo da sua vida


3:30H

A tristeza tem sempre a esperança de acabar um dia
Eu nunca esqueci o que as canções me ensinaram
Te ligo 3:30h para dizer poesias
Pois meus desejos de amor nunca cessaram

Tatuar a realidade do mundo no corpo
É esquecer o prazer que a fantasia traz
Deixe de ser tão realista e seja um pouco mais sonhador
Que o sonho permaneça conosco
Sonhar é uma das maiores manifestações do amor


A MÃE E O SONHO

A mãe descuidou-se da mão do menino por um segundo
E ele correu para estrada infinita dos sonhos
Uma estrela atropelou-o e a mãe pôs-se a chorar
Sem saber quando novamente o filho iria encontrar
Estava longe, o menino estava longe demais
E a mãe a chorar calou-se um minuto
Da sua carne e alma tinha seu produto
O mais valioso e ela só tinha este
E este se foi para felicidade
Ela chorava mas sabia onde o encontrar
Ela parou um pouco
Enxugou as lágrimas
E começou a sonhar

terça-feira, 26 de agosto de 2008

ACORDE!

Por que você sempre acorda
E se esquece de acender a luz do sol?

Veja! Até os assaltantes estão trabalhando
Até os canalhas amam de vez em quando

Você precisa de um amor e de um emprego
Sentir-se valorizado e não sentir medo
Você não sabe, mas o sol reflete em seu espelho


ESTOU DE MUDANÇA

Eu mudo
Toda vez que mudo de paixão
Eu mudo
E tentando mudar
Minha vida muda
E a sensação de mudar
Me deixa mudo


FACILITAMOS

Rio de Janeiro, internet e TV
Anúncios mil
Propaganda e comércio
Brasileiros traficando pau- brasil

Vendedores ambulantes atacam-me nas ruas
Padronizados põem-me dentro das lojas
Propagandas para que objetos eu possua
Comércio desenfreado não é coisa nova

Antes que perguntem
Já respondo:
- Sim, é claro que estou à venda!
E hoje em dia quem não está?
A vida é assim, entenda
Lugar para fugir não há!

Outros mais, outros menos
Outros caros e outros baratos
Estes negócios não sei se mereço
- Mas vamos lá!
Cada um tem seu preço

São tão bonzinhos
Oferecem-me dinheiro emprestado
É uma tentação gastar
Não posso comprar o mundo
Mas o mundo pode me comprar

Pergunto ao gerente:
-Até quando?
E ele diz contente:
-Para sempre!


DESATINADO

Hoje o dia amanheceu rosa
Eu pensei que era um beija-flor
E neste corpo pequeno e azul
Se estragava todo o nosso amor

Mas eu quero estar velhinho ao seu lado
Você me inspira a melhorar como pessoa
O amor é maior que o tempo encontrado
Ter problemas com você é a vida boa

Este amor não se tange
Hoje as nuvens vermelhas
Nos repararam e choveu sangue


AO MEU AMIGO

Quando os objetos são levianos
E os dizeres soam tão fracos
Presenteio-lhe apenas com um forte abraço

Como é bom ter sua amizade
Sua alegria e positividade
Sua energia e humildade
Sua bondade verdadeira

Sua música e sua vontade
Sem preconceito e vaidade
Notas doces para pessoas doces
A arte é a sua bandeira

Meu amigo
É tão difícil desejar-lhe a felicidade
Somente em seu aniversário
Pois isto desejo sempre que penso em você
Pois você é para mim um ser extraordinário

Para aquele que me ajudou a cuspir
A imensa dor deste mundo engasgada
Dos anos da nossa geração desmamada
Que tem um duro caminho a seguir

Nós estamos envelhecendo
E eu triste ou alegre
Às vezes muito sozinho
Agradeço sempre a Deus
Por ter posto você em meu caminho



METEREOLOGIA

O tempo está parcialmente nublado
Mas sem previsão de chuva para os próximos dias
Este clima que tanto me angustia
Deixa-me sensivelmente amargurado

A cidade mesmo agasalhada sente dor de garganta
Sou otimista mesmo sob uma manta
Pois você chega e põe meu corpo para ferver
É triste, mas não consigo parar de pensar em você

Entre na minha vida
Perturbe-me por favor
É o que peço através de meus olhos
Eu peço apenas seu amor


CAROS ESTRANGEIROS

Caravelas aportam na terceira margem do mundo
A terceira lâmina fatia o nativo
Caindo sempre o terceiro lado da moeda
Admira-se este povo ainda estar vivo

De que adianta tanta admiração por alemães
O tanto gostar de outro lugar
Este esforço enorme em aprender a língua inglesa

Não importa a pobreza!

Não há fluência
Só influência
O que não é cultura dominante é exótico
O hemisfério sul será sempre exótico
E já perdi a paciência

Nós vemos com os olhos da cultura
Mas os olhos mudam


SEU LINGUAJAR

Às vezes você consegue ser outro país
Seus ingênuos erros gramaticais fascinam
O modo de falar de seus amigos são diferentes
Seu linguajar estranhamente nos ensinam

Pronúncia leve de um falar macio
Comunicação que se faz ser entendida
Fora de classe o falar de um vadio
É o som da letra ao ser desnutrida

O modo como você fala
É o seu modo de viver no mundo


CARNAVAL

A ilusão mais bonita que já possuí
Um beijo inesperado, algo mais
Duas vidas que se divertem tanto
Para logo depois se encontrarem jamais

Cada um se perde na esquina que quiser
Na última gota de cerveja vou me afogar
Esparramada na pisada de um jovem bêbado
O último que acabara de sair do bar

Depois de quatro dias o carnaval acabou
Vou ficar em casa lendo meus cânticos
Ouça é importante saber
O carnaval é perigoso demais para quem é romântico

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

PEDRAS PRECIOSAS

Trago no peito uma pedra
Uma pedra muito lapidada
Preciosa, mas não deixa de ser pedra



HEMORRAGIA

Viscoso e rubro, visceral sinfonia
Nutrição e oxigênio às minhas células
Notória a agonia dos que jazem em celas
Corre quente por todo meu sistema circulatório

A eufonia bélica descansa corpos no chão
Chorando, sofrendo, gritando e morrendo tão cedo
Músculos e mentes retraídos de tensão
A lua e as estrelas convidam-nos, apenas medo

O olhar perplexo sobre a realidade
Faz escorrer-me no rosto lágrimas de sangue
Espremo suavemente os jornais diários
E fluem caudalosos rios de sangue

Sobrevivemos sobre os de ralo sangue
Que sentem fome de alimentos para alma
Esquecendo a culpa, a dor se acalma
Mas um coração vazio está cheio de sangue

Será que os açougues são as bancas de revistas,
As televisões e a Internet
Quanta carne crua e nua
Apodrecendo na alegria dos confetes

Temos ar poluído, prisão de ventre, drogas e medo
Mas queremos agrião,
Cipó- de- mil-homens e amor-perfeito

Até quando seremos reféns da competição e do consumo alarmados
Por enquanto somos cariocas, carentes, em cárceres privados



ADOLESCENTES EM CRISE

Mesmo que o suicídio de perto lhe avise
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que chore sozinho sob uma marquise
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que lágrimas doces em seu corpo deslize
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que uma bruxa boa lhe faça um convite
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que a revolução em seu peito agonize
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que depois das drogas este fique tão triste
Deus! Proteja os adolescentes em crise

Mesmo que em ti ele não mais acredite
Deus! Proteja os adolescentes em crise



ERGUENDO-ME

Tão tímido que consideravam-me mal educado
Hoje não pode mais haver a insegurança
A covardia, a culpa e o medo do que sou
Pois perto de você ficava apenas imobilizado

Por vezes tão desastrado
Perdia-me no dia-a-dia e esqueci de amar
Não havia tempo nem mesmo para chorar
Mas agora prefiro então ficar a sorrir
E sem medo do que possa chegar
Vou estar contente na hora de ir

No cintilante alvorecer dos meus dias
O sol da coragem brilhou mais sincero para mim



AH!ESSA JUVENTUDE...

Os velhos fizeram as regras para os jovens
Que quando eram jovens, outros velhos já haviam feito as regras
Mas que quando também eram jovens, obedeciam outros velhos

“Na minha época era bem melhor” ouço dizer
A juventude está perdida
Mas todos querem ser jovens
Com a experiência dos velhos

Ninguém gosta de ser velho
Ninguém quer ser chamado de velho
Velhos querem parecer sempre jovens

Se Deus nos fez tal qual sua imagem e semelhança
Então Deus é jovem



BONECA

Gosto de perder-me nas tatuagens de Boneca
Em seus quadris e sentimentos
Em seu afeto e confusão
Em seu olhar de esperta
Em seu delírio e suas lágrimas
Em seu jeito sapeca

A beleza de sua existência
Seu cabelo tem um lado maior que o outro
Suas roupas são meio sujas ou coloridas demais
Você é lindamente estranha
Como é bom cantar e lhe abraçar um pouco mais

domingo, 24 de agosto de 2008

SEIS HORAS DA MANHÃ

Sua história leio em suas rugas
Você é minha música preferida
Meu beijo cumprimenta sua alma
Sua desorganização me organiza

Depois de meu beijo em suas pálpebras
Bom ver o seu espreguiçar risonho
Depois de abraçar sua sonolência
Quero poder amar teu sonho


COMPACTA ÉPOCA

Escondo-me entre os livros que não leio
E saio com prostitutas primaveris
Auto medicação para dor que veio
E para pessoas cheias de ardis

Enfrentar o egoísmo de um burguês
Que engordando e vendo televisão
Vislumbra um mundo de insensatez
E quer que este mude sem suas mãos

HORÁRIO

Um minuto cambaleia num ponteiro bêbado
As horas lambem meu rosto
O silêncio é ensurdecedor
Os dias seguem noutro ponteiro torto

Uso uma máscara para viver
Meu corpo para atuar
Gestos para fingir
E o cérebro para amar

Quase ninguém acha graça
Num caminhão pipa de cachaça
Mas não reparem a fachada
Minha catedral está pichada

sábado, 23 de agosto de 2008

Hemisfério Sul De Um Corpo Inerte

A poesia reflete, retrata, expressa, emociona e reage. Em 2005, eu compilei um volume de poesias, cujo título era "Hemisfério Sul De Um Corpo Inerte", que continha poesias que escrevi tanto na adolescência, quanto no início da idade adulta. Que mostram minha formação, meus anseios de vida e meus sentimentos na época. Tenho escrito muitas coisas, porém, primeiramente dividirei algumas poesias do meu primeiro trabalho com vocês.